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Porque se continuam a repetir padrões emocionais, mesmo já sabendo a origem?


É comum reconhecer certos comportamentos emocionais repetitivos e, ainda assim, vê-los a acontecer vezes sem conta. Mesmo depois de identificar a sua origem — seja através de reflexão, leitura ou acompanhamento terapêutico —, muitos padrões persistem.


Esta repetição pode gerar frustração e a sensação de estagnação. Mas há razões profundas para que tal aconteça, e compreender essas razões é parte essencial do processo de mudança.






1. Compreender não é o mesmo que integrar

Ter consciência da origem de um padrão emocional é um passo valioso, mas não representa, por si só, uma transformação. A mente consciente pode compreender, mas o corpo — onde muitas respostas emocionais estão enraizadas — continua a reagir com base em memórias passadas, muitas vezes inconscientes.


A verdadeira mudança dá-se quando essa compreensão racional se alia à integração emocional. Isso implica sentir, de forma segura e consciente, emoções que anteriormente eram intoleráveis.


2. O cérebro privilegia o familiar em detrimento do novo


O cérebro humano está programado para procurar segurança e previsibilidade. Por esse motivo, tende a manter padrões conhecidos, mesmo quando estes são desconfortáveis ou limitadores. O familiar, embora nem sempre benéfico, transmite uma sensação de controlo.

Dissolver padrões requer sair da zona de conforto, o que ativa mecanismos naturais de defesa. Esta resistência é normal e faz parte do processo de crescimento.


3. Existem ganhos secundários, muitas vezes invisíveis


Alguns padrões emocionais persistem porque, de forma inconsciente, cumprem funções que protegem ou beneficiam a pessoa. Pode tratar-se da necessidade de evitar conflitos, manter uma certa estabilidade relacional ou evitar enfrentar emoções mais profundas.


Estes “ganhos secundários” não indicam manipulação ou falta de vontade de mudar, mas sim estratégias inconscientes de auto-proteção.


4. A mudança é um processo em camadas


Ao contrário da ideia de que mudar é um ato pontual, o alinhamento emocional acontece de forma gradual. Pode haver a sensação de voltar ao ponto de partida, mas na realidade trata-se de um movimento em espiral — cada volta traz mais consciência, mais recursos e maior capacidade de escolha.


É nesse processo repetido, mas cada vez mais consciente, que se constrói a mudança verdadeira.


Caminhos possíveis


  • Cultivar autocompaixão: reconhecer o empenho já depositado no processo é fundamental. O julgamento interno apenas reforça o padrão.

  • Incluir o corpo no processo: práticas que regulam o sistema nervoso (como respiração, movimento ou toque consciente) são fundamentais para quebrar ciclos automáticos.

  • Procurar apoio adequado: acompanhamento emocional, seja terapêutico ou de outra natureza, oferece um espaço seguro onde é possível explorar e transformar com suporte.


Se sentes que este artigo ressoou, entra em contacto comigo aqui e vamos juntas prosperar.

 
 
 

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